Para compartilhar o cotidiano e as informações do bairro, dois alunos criaram um jornal escolar (Jornal da Mazzolli), editado pela Escola Municipal Professora Maria Magdalena Mazzolli, em Joinville.

Rafaela Cuzik de Siqueira – que concluiu os Anos Iniciais e estuda na Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke – e Cecília Jonk, da quinta série, foram representantes de turma e tiraram dúvidas dos alunos.
“Queríamos fazer (o jornal) e aproveitamos o fato de já estarmos na diretoria para fazer a proposta. Íamos às reuniões para trocar ideias dos colegas”, conta Rafaela.
Na construção do jornal, os alunos pesquisam os focos do mês de circulação para selecionar o conteúdo. Além de informações e curiosidades, a publicação personalizada também inclui espaço para interação com os alunos, podendo servir inclusive de apoio aos professores em sala de aula.
A publicação pode ser um canal de comunicação com todos os envolvidos no cotidiano escolar para compartilhar projetos e ações importantes.
A interação social e o desenvolvimento de habilidades pessoais como falar em público e uma visão crítica da realidade são outras vantagens.
“Vamos mostrar o que está acontecendo dentro e fora da escola. Gosto de escrever, produzir e pensar sobre assuntos. Sempre tenho um caderno onde anoto tudo”, conta Cecília.
Trabalho em equipe, comunicação e reflexão sobre a sociedade são outras habilidades que emergem durante o processo. A atividade é ideal para formar cidadãos ativos que conheçam seus deveres e direitos.
O processo também desenvolve a observação – uma prática que muitas vezes é negligenciada. Ver e entender o ambiente com as mudanças físicas e sociais é importante para ter uma opinião sobre questões atuais e em mudança.
O Jornal Mazzolli emite uma publicação mensal de 110 exemplares, um para cada aluno da unidade. A seleção de temas e parceiros de discussão também é tarefa dos alunos.
“Tentamos não interferir no processo. Cuidamos do português, edição e impressão”, explica a diretora Ivorlene Egner.

Jornal escolar: 3 motivos para tê-lo em sua escola
Se sua escola ainda não tem um jornal estudantil, que tal apresentar a ideia à diretoria? É possível reunir um grupo de alunos interessados na iniciativa, dividir as funções e criar uma comunicação escolar que seja a cara da sua escola.
Ter uma agência de notícias pequena como essa pode ser importante por vários motivos, mas principalmente por esses três:
- Criar um jornal escolar na linguagem dos alunos pode aproximá-los dos eventos escolares, envolvê-los em ações e integrá-los ao espaço educacional.
- 2. Além de desenvolver a escrita, o jornal escolar é uma oportunidade para aprender novas habilidades – como a escrita. B. Aprender o trabalho em equipe, desenvolver a retórica, melhorar o desenvolvimento na hora de apresentar um trabalho na escola, poder estruturar ideias com mais facilidade e Lá vai… Mesmo que seja fácil, todas as informações publicadas no jornal são conferidas.
- 3. O espaço pode ajudar no combate às fake news, principalmente quando algo viraliza nas redes sociais, e o jornal pode contribuir com informações precisas, relevantes e informativas.
Fake News: o que é?
Você deve conhecer alguém que foi afetado por notícias falsas, certo? Com tantas notícias falsas se tornando virais e compartilhadas em grupos de bate-papo, é difícil saber o que é verdade.
O nome pode ser novo, mas a prática é antiga, pois esse tipo de divulgação já existe há muito tempo – não há data de origem.
O termo ganhou destaque e foi debatido após a eleição presidencial americana de 2016 em um duelo marcado por diversos escândalos e debates sobre o tema.
Seja por desinformação ou interesses políticos e sociais, a prática impacta a sociedade, espalhando dados e boatos que podem prejudicar não apenas figuras públicas, mas a sociedade como um todo.
É por isso que o papel de um jornal escolar pode ser tão importante justamente em situações como esta: criar um boletim interno é o estímulo que os alunos precisam para entender o papel da informação desde cedo e entender as etapas do processo de checagem de fatos.
O desenvolvimento de uma visão crítica da realidade também é uma preocupação. No Jornal Mazzolli, as informações são conferidas antes da produção.
“Acompanho as reportagens e antes de postar, pesquiso e vejo de onde vieram as informações para saber se são verdadeiras”, destaca Cecília. Saber o que é verdadeiro e falso é uma habilidade que todos deveriam desenvolver, principalmente em uma era de tanta desinformação.