homens destroem
Blixa Geld esteve em Portugal com outros projetos, mas há Desmoronando novos edifícios permaneceram relativamente offshore: além da visita ao Primavera Sound em 2015, eles não se apresentavam aqui em nome próprio desde 2008. Este é apenas mais um indício da já grande expectativa de que o reencontro com o coletivo berlinense tenha sido adiado por conta da pandemia. Outro é o disco que motiva esta digressão, intitulado O ano da turnê do tigre. Lançado em 2020, em plena comemoração dos 40 anos da banda, Contudo quebrou uma longa ausência dos showrooms e deu outra lição em subverter os próprios fundamentos da convenção. Mas a maior atração está na história da performances Destruidores – às vezes literalmente (já foram vistos no palco) – desse grupo cult de mecanismos que se apega ao que é conhecido como rock industrial para (des)construir sons inquietantes, em um tom vanguardista e mutante, em uma cadência que pode sejam tubos, compressores, metais amassados, engrenagens e silenciadores inclusos – sem falar no ar de caixa e capangas.
corpo e alma (vendido)
Treze anos após a última apresentação em São Carlos, punho regressa aos palcos do Teatro Nacional numa encenação da Ópera de Las Palmas de Gran Canaria, dirigida por Alfonso Romero Mora e dirigida por Antonio Pirolli. Ao coro residente e à Orquestra Sinfónica Portuguesa juntam-se um trio de protagonistas de renome internacional: o tenor sul-coreano Mario Bahg no papel-título, a soprano russa Irina Lungu como Marguerite e o baixo espanhol Ruben Amoretti como Mefistófeles. André Baleiro, Cátia Moreso, Patrícia Quinta e Luís Rodrigues completam o elenco vocal. Apresentada pela primeira vez em Paris em 1859, a ópera de Charles Gounod é baseada na obra de Goethe, que por sua vez foi vendido ao diabo pela clássica lenda germânica do homem que vendeu sua alma por sabedoria. O libreto foi escrito por Jules Barbier e Michel Carré.
Antonio Pedro Ferreira/TNSC
paz e amor com os reis
Capaz de atrair atenção e ouvidos mesmo num festival de música eletrónica – fato que aconteceu no Meco num verão distante – o Reis da conveniência Eles têm esse dom de deixar você vagar pela sutileza de vozes e guitarras de suaves melodias folk-pop. Eirik Glambek Boe e Erlend Oye, os cantores e compositores noruegueses outrora apelidados de ‘os novos Simon & Garfunkel’, regressam aos palcos portugueses com um novo álbum um mês antes de renovarem o seu movimento sonoro. paz e amor.
Quatro minutos para o jogo
A urgência do afeto, a solidão, o medo de perder tempo, as dúvidas sobre quem será o “certo”. Tudo isto se manifesta na peça escrita por Luís António Coelho, que venceu o Grande Prémio de Teatro Português em 2020 e para a qual o Teatro Aberto se prepara para estreia. Com encenação e dramaturgia de Rui Neto, Não me deixe perder meu tempo leva essas coordenadas ao extremo quando toma uma forma entre reality show é isso encontro rapido, a versão ao vivo de um aplicativo de namoro. No local estão quatro homens (Daniel Viana, João Tempera, Luís Gaspar e Telmo Ramalho) e outras tantas mulheres (Beatriz Godinho, Katrin Kaasa, Leonor Seixas e Rita Cruz) que têm exatamente quatro minutos para interagir com cada candidato ao amor. se você quiser Jogo ou não, é outra conversa.
FILIPE FIGUEIREDO
síntese instalada
A mostra multimídia Joanna Bailie sobre tela Abra isto síntese, a Bienal de Aveiro, onde convergem os novos rumos da música electroacústica, com direito a uma infinidade de obras em estreias nacionais ou absolutas. Após este concerto (o primeiro dos nove concertos desta quinta edição), serão inauguradas duas instalações que estarão patentes até ao final. Um é assinado por Carlos Santos; a outra de Bailie, compositor inglês que também estará presente como autor de algumas das obras apresentadas durante o festival. Tiago Coimbra, Jonathan Silva, Nuno Aroso, Margarida Lamelas & Francisco Martins, o grupo ars ad hoc e a Orquestra das Beiras são outros membros convidados.