O Ministério Público Federal entrou com pedido na Justiça para levantar a censura imposta pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública ao filme Como se tornar o pior aluno da escola, obra baseada no livro homônimo do apresentador de TV e humorista Danilo Gentili. A Procuradoria-Geral do Rio de Janeiro quer o despacho da Secretaria Nacional do Consumidor — órgão ligado à pasta liderada por Anderson Torres — que apurou que plataformas de streaming estão permitindo a exibição do filme sob pena de multa diária de R$ 50 mil .
O MPF classifica a ação do Ministério Público como censura para “impedir que o coletivo de consumidores exerça sua escolha autônoma para consumo próprio de obras artísticas cinematográficas sem interferência do poder público”. Segundo o procurador Claudio Gheventer, a ação movida no Tribunal de Justiça Federal visa “acabar com uma violação à liberdade de expressão artística”.
“A liberdade de criação artística é garantida pela Constituição Federal e a censura de uma obra só pode ser permitida em casos extremamente excepcionais em que constitua infração penal e somente pelas autoridades competentes e não diretamente pelo DPDC ou pelo Ministério da Justiça”, destaca o procurador.
O filme foi censurado depois que o deputado Eduardo Bolsonaro (União Brasil-SP) compartilhou uma cena editada da comédia e alegou que estava se desculpando por pedofilia. O trecho mostra os dois jovens protagonistas sendo obrigados a se masturbar em um adulto – personagem criado pelo ator Fábio Porchat. No filme, após a situação, os meninos fogem, mas esse fragmento foi cortado do vídeo publicado por Eduardo Bolsonaro.
Segundo os promotores, a cena em questão pode ser vista como “repugnante e extremamente desagradável”, mas não é um pedido de desculpas ou incitação à pedofilia – ao contrário do que afirmou o filho do presidente Jair Bolsonaro.
Quando foi introduzido em 2017, o próprio Departamento de Justiça atribuiu uma classificação indicativa para pessoas com mais de 14 anos. Na época, o portfólio alegou que o filme tinha um “contexto cômico e caricatural”. Depois de censurar o trabalho, o Departamento de Justiça elevou a classificação indicativa para 18, citando “tendências de denúncias como agressão sexual, estupro, pedofilia e situações sexuais complexas”.
Na ação movida contra a lei do Departamento de Justiça, os promotores também argumentam que o poder do Departamento de determinar a classificação indicativa do filme “não lhe dá poderes para aprovar ou censurar qualquer trabalho”. “No caso estudado, levando em conta o sistema de classificação de 14 anos, se este soubesse que a cena é contraindicada para crianças e adolescentes, este último poderia alterar a classificação, desde que realmente aconteceu”, observou a agência.
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